Conmebol se pronuncia pela primeira vez sobre casos de Racismo na Libertadores
Após os casos de racismo nesta semana nos jogos da Libertadores, a Conmebol se pronunciou sobre os acontecimentos.
Após os casos de racismo nesta semana na Copa Libertadores da América, a Conmebol se pronunciou na tarde desta sexta-feira, 29 de abril. Em nota oficial divulgada pela entidade, a Conmebol repudiou as ofensas raciais ou qualquer tipo de violência nas competições organizadas por ela.
A semana foi marcada por crimes de racismo nas arquibancadas dos estádios da Libertadores. Os torcedores brasileiros que foram assistir seus times jogarem, presenciaram atos racistas partindo das torcidas adversárias.
Confira nota oficial da Conmebol
“A CONMEBOL considera ABSOLUTAMENTE INACEITÁVEL qualquer manifestação de racismo e outras formas de violência em seus torneios. Assume e assumirá sempre a sua quota-parte de responsabilidade no combate a todo o tipo de discriminação. O combate a este flagelo ocupa um lugar central nas preocupações e no trabalho da CONMEBOL, o que se evidencia nas múltiplas campanhas de sensibilização e ações de grande envergadura, bem como na aplicação de sanções a quem incorre nestas práticas desprezíveis. .
A CONMEBOL promoverá mudanças na regulamentação para aumentar e ENDURECER as penalidades em casos de racismo. Também se compromete a desenhar e implementar novos programas e ações que visem banir definitivamente este problema do futebol sul-americano.
O futebol é um difusor incomparável de valores positivos e construtivos na sociedade. Nos campos, treinos e competições, os jogadores de futebol aprendem desde cedo a respeitar seus adversários e valorizar suas virtudes, a tolerar os erros dos companheiros e ajudar a corrigi-los, a trabalhar em equipe e em união, a saber que o caminho para vitória É a do trabalho e do sacrifício. A CONMEBOL intensificará o trabalho contra o racismo e outras formas de discriminação nas CATEGORIAS FORMATIVAS.
É preciso ressaltar que o racismo não é um fenômeno que começa e termina no futebol, que, sendo um espetáculo massivo, torna-se mais um campo de ampla visibilidade em que este e outros vícios sociais podem vir à tona. A sensação de anonimato proporcionada pelas arquibancadas esportivas leva os desajustados a desencadear seu comportamento inaceitável. No entanto, isso mudou muito nos últimos anos, pois agora é possível IDENTIFICAR CLARAMENTE OS INFRATORES E PUNI-LOS COM A MAIOR GRAVIDADE.
Esses flagelos não serão superados se não se entender primeiro que eles devem ser atacados em todos os níveis: na educação familiar, nas escolas e faculdades, na mídia, nas organizações civis, no mundo empresarial, através das políticas públicas e certamente também em esportes.
A CONMEBOL exorta todos os jogadores do futebol sul-americano – clubes, federações, mídia e torcedores – a REDOBRAR ESFORÇOS PARA ERRADICAR O RACISMO e outras formas de violência e discriminação e preservar o que há de mais valioso no nosso esporte: sua mensagem de camaradagem, esportividade e saúde concorrência”
Racismo da Libertadores
O último caso aconteceu no jogo do Flamengo, na última quinta-feira, 28 de abril. Na ocasião, a torcida do Flamengo que viajou até o Chile para acompanhar o time, foi alvo de ofensas que partiram da torcida do Universidad Católica. O clube chileno se pronunciou após o episódio, e se mostrou contra os atos de racismo praticados pelos seus torcedores.
Além deste episódio no jogo do Flamengo, outros crimes de racismo foram cometidos contra torcidas brasileiras, como no jogo do Corinthians, onde um torcedor do Boca Juniors foi preso após ser flagrado fazendo gestos de macaco para a torcida mandante.
A torcida do Red Bull Bragantino também foi alvo de ofensas no jogo contra o Estudiantes, da Argentina, na última terça-feira.
Aspirante a jogador, palpiteiro profissional, comentárista de esquina e especialista em futebol brasileiro e europeu no Guia do Boleiro.