Crônicas Vespertinas: Você sabe o que é um “Treinador SOS”?

Hoje nós vamos comentar um pouco o que é um "Treinador SOS" aquele que é chamado quando a situação não está muito boa.

Você sabe o que é um “Treinador SOS“? Ele é mais comum do que você pensa no Futebol Brasileiro.

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Recentemente, temos o caso do Flamengo correndo atrás de Jorge Jesus, buscando que ele volte para o clube para reviver seus dias de gloria no clube.

Ele é apenas mais um exemplo de Treinador SOS para o Flamengo, e vamos explicar o que isso quer dizer.

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O que seria um “Treinador SOS”

Sabe aquele cara que chega para apagar incêndios, livrar do rebaixamento e as vezes até para conseguir alcançar algum título, esse é o Treinador SOS.

Isso, muitas vezes, acontece por conta de um técnico ter identificação com o clube, ter uma história com o mesmo. 

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Assim, as negociações são um pouco mais fáceis, pois ele compreende a situação vivida pelo time, na maioria das vezes ele é uma liderança no vestiário. E, principalmente, esse profissional consegue trabalhar com o que tem.

Essas são apenas algumas das muitas características dos treinadores que são vistos os “Salvadores” ou “Apagadores de Incêndio”.

Alguns exemplos no Futebol Brasileiro

Acho que ao ver esta descrição o primeiro nome a ser pensado foi o de Joel Santana, o treinador conseguiu criar uma empatia com os três dos quatro times grandes do Rio de Janeiro.

O treinador teve como principais feitos salvar o Flamengo do rebaixamento em 2005 e 2007, conduzir o Botafogo ao título Estadual em 2010 e a uma grande campanha no Brasileiro.

Ainda deu o título brasileiro ao Vasco em 1989, voltando ao clube em outras ocasiões.

Joel tem como sua principal marca o temperamento forte, identificação com os jogadores e algo bastante curioso, era o fato de ser adepto do Scout. Todos se lembram da sua famosa prancheta onde anotava as estatísticas do jogo.

Outros dois treinadores que passaram a ser um SOS recorrente foram Abel Braga (Fluminense e Internacional principalmente), Felipão (Palmeiras e Grêmio principalmente). 

Ambos possuem o carinho das torcidas, e diversos títulos em suas passagens, isso contribui muito para que tenham um fácil acesso e até uma liberdade maior para trabalhar nessas equipes.

Mas algo que marcou Felipão e fez com que passasse a ser um Treinador SOS, foi o 7 a 1. Depois da fatídica derrota para a Alemanha, o treinador passou a estar em baixa no mercado e, muitas vezes, tendo de administrar clubes em situações extremas, como na sua última passagem pelo Cruzeiro na Série B.

Outro treinador que passou ter trabalhos em situações extremas foi Vanderlei Luxemburgo. Mesmo com uma passagem regular pelo Palmeiras em 2020, ele foi rebaixado com o Vasco time que salvou de uma situação extrema em 2019.

Apesar de o seu trabalho com o Cruzeiro na última temporada ter sido bastante elogiado, hoje em dia ele não tem mais o prestígio dos anos 90 e anos 2000.

Na Europa

Na Europa essa questão já é um pouco mais complexa, não que isso não exista, mas a rotatividade de treinadores é bem menor. Da mesma forma que a situação financeira dos clubes é bem melhor.

Assim, é mais difícil você vê uma dança das cadeiras como no Brasil. Outro fator que interfere diretamente neste vai e vem é o fato de os treinadores não serem demitidos com tanta frequência, independente dos resultados.

Dois exemplos que podemos destacar são Arsène Wenger, que treinou o Monaco da França de 1987 á 1994 e o Arsenal de 1996 á 2018. Outro bom exemplo é Carlo Ancelotti que esteve a frente do Milan de 2001 á 2009.

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Esses dois são apenas alguns exemplos de que isso não vinga tão bem no velho continente. Por isso talvez Jorge Jesus esteja tão relutante em voltar para o Flamengo. 

Nós já fizemos um texto dizendo o porquê ele não deveria voltar, mas resumindo a história, ele possui marcas e feitos, voltar agora na emergência pode levar tudo por água abaixo.

Apesar da fase não ser das melhores no Benfica e muito se especular sobre sua saída, talvez o Rubro Negro não seja a primeira opção para o Mister.

João Gabriel
Escrito por

João Gabriel

Formado em Letras: Português e Inglês, é um amante do futebol de todos os cantos do globo e vem se dedicando a expor sua paixão pelo futebol como redator especialista do Guia do Boleiro.