Futebol como um negócio: quanto um clássico gera de dinheiro e emprego
O futebol é mais do que uma paixão nacional, é também um negócio lucrativo. Veja como os clássicos geram dinheiro e emprego para o mercado de apostas esportivas.
Você já parou para pensar em quantos empregos são gerados nas partidas de futebol? E a renda envolvida nesses eventos?
Ah, os clássicos do futebol. Quem não fica com a emoção lá no alto em um Derby Paulista (Corinthians x Palmeiras)? Ou então um Clássico de Milhões (Flamengo x Vasco), um Grenal (Grêmio x Internacional), um Superclássico Mineiro (Atlético-MG x Cruzeiro) ou qualquer outro?
Na verdade, as rivalidades são tão especiais que até quem não torce para nenhum dos times envolvidos pode ficar tenso para assistir ou acompanhar as partidas.
Sejam elas decisivas de algum campeonato ou só mais uma rodada do Brasileirão.
Porém, hoje vamos analisar esses jogos com outro olhar: o financeiro. É provável que você não saiba quanto dinheiro é movimentado por essas partidas, bem como a quantidade de empregos gerados.
Chegou a hora de tirar essas dúvidas.
Quanto um clássico gera de dinheiro?
Vamos nos basear nas maiores rendas em 2022, de acordo com um levantamento do Globo Esporte.
A primeira da lista é um clássico interestadual, entre Flamengo 1 (6) x (5) 1 Corinthians, na final da Copa do Brasil, vencida pelo time carioca.
As duas equipes com as maiores torcidas do Brasil se enfrentaram em um jogo decisivo, que teve uma impressionante arrecadação bruta de R$ 11.177.332 e público pagante de 61.566 torcedores. Logo, na média, cada ingresso custou R$ 181,55.
Essa, inclusive, entrou para a história como a segunda maior renda do futebol brasileiro. Pperdendo apenas para a final da Libertadores de 2013, disputada entre Atlético-MG e Olimpia, no Mineirão, quando o Galo foi campeão. A arrecadação foi de R$ 14,2 milhões.
Se formos falar de clássicos estaduais, que são os mais comuns, em 2022 tivemos São Paulo 3 x 1 Palmeiras, primeiro jogo da final do Campeonato Paulista de 2022. A renda foi de R$ 5.505.315 para um público de 60.383 pagantes.
Porém, além disso, as partidas movimentam muito mais dinheiro, como com alimentação, transporte, estacionamento etc…
Embora esses sejam valores difíceis de mensurar, já que não ficam concentrados em apenas um estabelecimento.
De qualquer forma, está mais que validado que um clássico movimenta milhões em receita e uma bela grana ao seu redor com tudo mais que está envolvido.
Quantos empregos gera um clássico do futebol?
Aqui a coisa começa a ficar um pouco mais complexa. Afinal, não há números tão atualizados em relação aos empregos gerados no Brasil por meio do futebol, mas podemos ter uma ideia.
Em 2019, Pedro Trengrouse, então coordenador acadêmico do Programa Executivo FGV/FIFA/CIES em gestão de esportes, disse que o futebol gerava cerca de 370 mil empregos em 2019 no Brasil.
Isso se dá por meio de 3 diferentes modalidades de emprego:
- Diretos: pessoas que são contratadas de forma direta pelo clube em sua carteira de trabalho;
- Indiretos: gerados pelos fornecedores do clube quando este contrata um serviço ou compra um material e, para atender a esta demanda, a companhia precisa empregar pessoas;
- Induzidos: medimos esses empregos peloquanto foi pago de salário para o funcionário, seja diretamente por parte do clube ou pelas empresas que foram contratadas por ele. Esse dinheiro gira na economia novamente e, por consequência, gera outros empregos e mais renda.
370 mil pessoas já é um número bem significativo. Mas, ainda conforme Trengrouse, poderiam ser geradas mais de 3 milhões de vagas se o futebol fosse tratado como uma indústria e tivesse mais organização.
A Confederação Brasileira de Futebol (CBF), porém, tem dados diferentes. Segundo a entidade máxima do esporte no Brasil, o segmento era responsável por 156 mil empregos no país. Número menor que o visto anteriormente, mas ainda grande.
Esses são dados gerais, que não falam sobre uma partida específica. Porém, podemos ter alguns critérios de comparação ao olhar para outros jogos, como é o caso da final da Copa das Confederações de 2013.
A última partida daquela competição, disputada no Maracanã, teve aproximadamente 3.700 pessoas trabalhando para que aquele fosse um dia memorável para os 73.531 torcedores presentes.
Dos 3.700 trabalhadores em um jogo lotado de Copa, a divisão foi mais ou menos a seguinte:
- 1.000 stewards (que são como seguranças internos);
- 800 cozinheiros, garçons e auxiliares de hospitalidade;
- 800 profissionais nos bares;
- 700 voluntários;
- 250 na limpeza;
- 50 na manutenção.
É claro que o nível é diferente, já que é um evento organizado pela FIFA e que, naturalmente, recebe mais “pompa”. Porém, isso nos dá uma ideia da dimensão de uma partida de futebol no que vai além das quatro linhas.
Quando olhamos para um clássico entre times brasileiros, o número de pessoas que trabalham na partida não deve ser tão grande assim. Isso também depende do nível da competição. Afinal,uma final de Libertadores tem mais pessoas do que um jogo qualquer do Brasileirão, por exemplo.
Porém, embora não seja possível saber exatamente quantos empregos um único clássico gera, existem milhares de envolvidos para fazer com que o espetáculo do esporte aconteça.
Futebol no Brasil: milhões de torcedores e milhares de profissionais envolvidos
O impacto do futebol na economia brasileira é bastante significativo. Um estudo da CBF, produzido pela consultoria EY, mostrou que a indústria do futebol movimentava 0,72% do PIB nacional em 2019, o que representava um valor estimado de R$ 52,9 bilhões.
Mesmo sem a precisão de quantos são os envolvidos em cada partida, fato é que há milhares de pessoas por trás para que tudo funcione, desde os seguranças até os vendedores ambulantes, por exemplo.
Tudo isso ajuda a entender a dimensão do futebol no país, que mexe com a emoção de milhões de torcedores.
E eles conseguem compartilhar facilmente desse sentimento: podem participar tanto indo para os jogos quanto fazendo seus palpites no mercado de apostas esportivas, para ter ainda mais prazer com este esporte que é uma grande paixão do brasileiro.
Afinal, as apostas esportivas são um show à parte quando falamos de movimentações financeiras no futebol, não é mesmo?