Nesta terça-feira, a Procuradoria da Justiça Desportiva deferiu um pedido feito pelo Athletico-PR para denunciar Gabigol e Arrascaeta, jogadores do Flamengo, sobre lances polêmicos na primeira partida das quartas de final da Copa do Brasil, no Maracanã.
Gabigol tentou acertar um “chute” em Fernandinho, meio-campista do Furacão. No lance, o juiz da partida advertiu os dois atletas com um cartão amarelo e o VAR não chamou para revisão, na primeira etapa do jogo.
Arrascaeta, por sua vez, acabou dando um carrinho por trás do jogador adversário e o VAR interpretou como lance de cartão amarelo. Assim, respeitou a decisão de campo do juiz da partida.
No Maracanã na noite desta terça-feira (09) para acompanhar a classificação do Flamengo às semifinais da Libertadores sobre o Corinthians, o vice-presidente do clube, Marcos Braz, conversou com jornalistas no corredor de imprensa do estádio.
Segundo Braz, a decisão do STJD vai contra as regras do jogo, visto que, dentro de campo, tanto o VAR quanto o próprio juiz entenderam que as decisões tomadas sobre os dois lances eram corretas.
“Não vou falar a palavra ‘piada’ em respeito a procuradoria e as pessoas envolvidas. Mas a partir do momento que tem um lance, que o juiz revisa no VAR, tenha a certeza do que aconteceu, dá uma penalidade e pós jogo querer sugerir uma punição que não seja do juiz, eu acho muito perigoso. Acho que eles estão muito sensíveis, muito perigoso. Eu respeito a posição de quem denunciou, mas eu, como vice-presidente de futebol, não posso não emitir minha opinião. Minha opinião é que é muito perigoso depois de um juiz analisar, ver, dar uma punição e chegar a ter uma denúncia”, disse Marcos Braz.
Rodrigo Dunshee, responsável pelo departamento jurídico do Flamengo, também se posiconou a respeito da polêmica.
“O que o procurador-geral fez é um desserviço ao futebol brasileiro, praticou uma heresia jurídica. Não cabe rever decisões de campo que foram apenadas pelo árbitro com cartão amarelo e devidamente revisadas pelo VAR. A lei esportiva não aceita isso e o procurador responsável havia arquivado o pedido na forma da lei. O procurador-geral mudou uma decisão correta sabe se lá para que fim. Isso envergonha o futebol brasileiro. É por essas que o sistema vigente está tão desgastado. Para o Flamengo essa é uma situação que não merece maiores comentários a não ser lamentar que a procuradoria tenha se envolvido em uma heresia jurídica que terá apenas a função de tumultuar o ambiente. Lamentável”, disse.
Port publicado em agosto 10, 2022
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