Clubes brasileiros e o futebol pós-pandemia
Já são longos meses sem futebol no Brasil, com exceção do recém-retomado Campeonato Carioca, o qual já é possível acompanhar no bet bonus que mostra diariamente os times favoritos. Independente da visão de cada um em relação ao retorno ou não dos jogos de futebol, uma realidade precisa ser encarada: o risco que muitos clubes correm quando o assunto são as suas finanças.
Nesse texto vamos falar um pouco sobre a situação de grandes e pequenos no futebol brasileiro, como a crise do novo coronavírus afeta os clubes e algumas possibilidades para um futuro próximo e de longo prazo.
Gigantes em Apuros
Naturalmente que, mesmo pensando apenas na elite do futebol brasileiro, existem diferenças entre clubes com saúde financeira mais equilibrada, como o Palmeiras, em relação a outros, endividados e enfrentando problemas de gestão, como o Botafogo. O que não é segredo para ninguém, porém, é que em qualquer um dos casos, o futebol nacional é uma máquina de criar cifras intimidadoras.
(Estádio Nilton Santos – Fonte: Wikimedia)
Mesmo em se tratando de um time com dificuldade para pagar salários, para ficar no exemplo já citado do Botafogo, não é incomum vermos os times trazerem grandes nomes para seu elenco (vide a contratação do japonês Honda pelo Fogão) e, ao mesmo tempo, fazerem dívidas milionárias com a União e até mesmo uns com os outros. Na verdade, isso é o que se tem visto há décadas e se tornou, de certa forma, o normal.
Acontece que o Coronavírus e toda a crise que ele trouxe de carona não estavam previstos nessa situação normal. A pandemia causou o cancelamento ou, no mínimo, adiamento indefinido de competições em todos os âmbitos, o que impacta a renda proveniente dos direitos de TV – ou seja, diretamente no bolso, onde dói mais.
É justamente por não gerir bem a folha salarial, os direitos de transmissão e outros pontos-chave das suas finanças que um clube grande pode, de repente, se ver em situação desesperadora. O Cruzeiro é o melhor exemplo, e, devemos acrescentar, a Raposa nem precisou da COVID-19 para se colocar em maus lençóis. E para sair desse buraco não vai ser fácil.
Entre os gigantes da primeira divisão, mesmo os mais bem administrados, não falta medo de que as coisas não voltem ao normal cedo o suficiente e o nó comece a apertar no pescoço – ou você acha que é fácil para o Flamengo, rico e bem-sucedido, pagar o salário de Gabriel Barbosa, Bruno Henrique, Arrascaeta e tantos outros ídolos com o fluxo de caixa congelado há meses? É só ver como o Rubro-Negro pressionou para o Campeonato Carioca ser retomado e isso fica devidamente ilustrado.
O Paulista deve voltar logo, assim como outros estaduais. O Brasileirão está previsto para o começo de agosto. Como serão os jogos? Como os times vão fazer para se manter viáveis? Isso só saberemos quando estiver acontecendo.
Clubes pequenos podem desaparecer?
Tirando as questões de emprego e saúde de cada um, que são prioridade máxima, esse é um medo real das pessoas quando o assunto é futebol.
Uma coisa é o Corinthians dever milhões e continuar tão grande e sólido quanto sempre foi, e outra bem diferente é um clube pequeno, de divisões inferiores, conseguir se sustentar numa situação como essa.
Arena Corinthians, popularmente conhecida como “Itaquerão”.
A questão, aliás, é justamente que, ao menos em termos de Brasil, é uma situação sem precedentes. A Segunda Guerra Mundial não chegou nem perto de afetar o futebol do país como a crise da COVID-19 está afetando, então é difícil prever o que vai acontecer.
Sozinhos, e isso é um fato, times pequenos ou aqueles que estão em crise interna há anos (Portuguesa, Guarani, você escolhe) talvez não sobrevivam, e aí cabe a intervenção de poderes maiores, seja um investidor ou o , seja, o que é mais plausível, as federações estaduais ou mesmo a CBF.
Mudanças que a crise trará ao futebol do amanhã
Existe muita conversa de que o mundo – e o futebol incluso – de depois da pandemia não será o mesmo que antes. Mais uma vez, é difícil tentar prever uma situação dessas por simples falta de precedentes. Isso vai depender, logicamente, de como o mercado como um todo vai responder.
Se parece absurdo que um único atleta movimente centenas de milhões de reais, euros ou libras em cada transferência, isso não teria sentido em mudar caso os direitos de transmissão de TV continuassem os mesmos, a renda dos clubes com venda de ingressos, os contratos de publicidade e os patrocínios continuarem no mesmo patamar também.
No fim das contas, a mudança no futebol está inevitavelmente entrelaçada com a mudança no modelo financeiro, e isso não pode ser previsto com exatidão no atual momento.
Fonte: FutBox