Durante a era Wenger, muitos erros podem ser considerados como maiores erros dos seus 22 anos no comando do Arsenal.
Ainda assim, para mim, o maior erro da década de 2010 e da era do Emirates Stadium foi Alexis Sánchez.
Muitos podem pensar que o maior erro de Wenger foi não ter contratado Cesc Fàbregas quando ele estava de saída do Bracelona e tínhamos o direito de recompra em 2014.
O meia, entretanto, acabou indo para o Chelsea e teve anos de sucesso nos nosso rivais.
Ainda assim, naquela janela, com a chegada de Welbeck, Ospina, Calum Chambers e Debuchy, parecia que não precisávamos de Cesc.
O problema não mora nessa temporada. 2014-15 foi uma boa temporada pro Arsenal. Terminando em 3º, quatro pontos atrás do Manchester City que ficou em 2º na Premier League.
Além de conquistar a segunda FA Cup em sequência, com vitória por 4-0 e show do próprio Alexis Sánchez em cima do Aston Villa.
Assim, na segunda temporada de Özil e com Alexis se estabelecendo, o chileno disputou 52 partidas pelo Arsenal. Marcando 25 gols e dando 13 assistências em seu primeiro ano no clube. Um sinal muito positivo do que estava por vir.
Em 2014-15, Sánchez teve 16 gols e nove assistências em 35 partidas na Premier League, ficando de fora de apenas 3 jogos.
O maior erro, entretanto, se dá em 2015 -16. Com ótima temporada, Alexis partiu para a Copa América para jogar com a seleção Chilena e se sagrou campeão em cima da Argentina jogando no seu país e batendo o último pênalti na final.
Voltando de uma temporada onde foi muito exigido tanto por clube quanto por seleção, precisava-se que houvesse uma distribuição de responsabilidades na temporada seguinte. Algo que não aconteceu.
Essa é a famosa temporada das 19 assistências de Mesut Özil na Premier League, quase quebrando o recorde de Thierry Henry.
O alemão tinha em Alexis um ótimo parceiro dentro de campo, dividindo as responsabilidades. Ainda assim, eles pouco assistiram um ao outro em 2015-16. Apenas três vezes na Premier League.
Faltava algo em campo. Sem uma pré-temporada completa devido à Copa América, Alexis demorou a pegar seu ritmo. Só marcou pela primeira vez na Liga em hat-trick diante do Leicester City, jogando fora de casa na 9º rodada.
Tanto o alemão quanto o chileno tiveram temporadas de ‘sucesso’ com o Arsenal, no papel. Sem dúvidas, a melhor temporada de Mesut com a camisa do Arsenal. Sánchez, por outro lado, foi muito inconsistente.
Em 2015-16, o Arsenal foi ao mercado de transferências em apenas uma circunstância. Para contratar Petr Čech por cerca de 14 milhões de Euros. Sua estreia não poderia ter sido pior, falhas e uma derrota para o West Ham por 2-0 depois de chegar do Chelsea.
O goleiro era ídolo de um dos maiores rivais dos Gooners e sua chegada não era bem vista por todos. O fato de ter começado com o pé esquerdo não ajudou.
Ainda assim, o problema não era Petr. O problema era do outro lado do campo. Também era alto, com 1,93m de altura, cabelos arrumados, um sotaque francês e era conhecido como Olivier Giroud.
Não que o erro tivesse sido necessariamente dele. Aliás, ele foi artilheiro do clube na Premier League com 16 gols e seis assistências. Igualando o número de vezes que foi às redes em sua melhor campanha com o Arsenal, em 2013-14.
O problema foi a falta de ajuda que Alexis e Mesut tinham. Eram- claramente- um nível muito acima de Giroud e Walcott, com quem dividiam atenções no ataque.
Theo Walcott, que, nas boas aparições dos Gooners naquela temporada foi o centroavante principal. Em vitórias diante do Leicester por 5-2 e Manchester United por 3-0, quando o Arsenal deu ‘aulas’ de futebol.
Porém, o inglês anotou apenas cinco gols e três assistências nas 33 vezes que esteve em campo. Muito pouco para quem buscava o título da competição.
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O erro – em si- não foi o próprio Chileno. Foi como seus melhores anos de jogador ficaram ‘esquecidos’. Não pela forma como colocavam para jogar dentro de campo, Wenger sempre tirou o melhor dele nesse sentido.
Mas, para um jogador que disputou 122 partidas de Premier League pelo clube, marcando 60 gols e dando 30 assistências, sair sem ganhar o título da Liga em 2015-16 – mesmo sem ser sua melhor temporada- é um desfeito com Alexis no pico da sua carreira.
Muita gente gosta de olhar para 2015-16 e ver o Leicester como aquela história linda do clube que supera todos os desafios e vence o título contra tudo e todos.
Porém, para o torcedor do Arsenal, não há enxergar sem ser numa visão de arrependimento.
É fácil ver que, com a contratação de um bom atacante pra dividir atenções com Giroud, a temporada poderia ter se tornado diferente.
Especialmente depois daquela virada sobre os nossos rivais para a conquista do título, Leicester City, aos 50′ minutos do segundo tempo. Com gol de Danny Welbeck, depois de passar meses fora dos gramados com uma lesão, de cabeça após cruzamento de Özil.
Parecia história de cinema. Na 26º rodada, o Arsenal dividia a 2º colocação com o Tottenham, empatados em 51 pontos. Com o triunfo, os Gooners ficavam a dois pontos do Leicester faltando 12 rodadas para o fim do campeonato.
Depois disso, entretanto, com uma derrota para um Manchester United, completamente desfigurado, por 3-2 e, outro tropeço para o Swansea, no Emirates, o sonho do título se afastava.
Juntando tudo à goleada sofrida diante do Southampton fora de casa em 26 de dezembro por 4-0 também não ajudaram. Duas derrotas para o Chelsea naquele ano. Foram muitos tropeços durante toda a temporada que poderiam ter feito a diferença de 10 pontos para o Leicester diminuir.
Por isso que, a falta de investimento ao redor do elenco com a chegada de Alexis Sánchez foi o maior erro do Arsenal.
Desde a contratação de um meia para jogar ao lado de Cazorla/Coquelin ou até um atacante para contribuir com gols, quando Giroud passou jejum de 14 partidas da Premier League sem marcar, entre as rodadas 21 e 36.
Em 29 de junho de 2015, após contratar Petr Cech, segundo David Ornstein, o Arsenal ia atrás de Arturo Vidal para ajudar o meio, algo que não se concretizou.
Então, o maior erro do Arsenal na década foi em 2015-16 quando Wenger não aproveitou o máximo potencial de Mesut Özil e Alexis Sánchez.
Em resposta às necessidades do meio campo, Arsène trouxe Mohamed Elneny em janeiro, que pouco ajudou. Muitas vezes, o Arsenal tinha Flamini como volante e acho que isso fala por si só.
Se Wenger pudesse voltar atrás, imagino que, independente de finanças, teria contratado um atacante e -talvez- até um volante.
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O que ajuda a sentir mais arrependimento com a situação é que tínhamos um jogador no pico da sua carreira e não usufruímos dele da melhor forma. Por isso, ele acabou saindo para buscar, além de tudo, mais dinheiro no Manchester United.
“Recebi a proposta e me parecia tentadora. E fui sem saber muito do que acontecia dentro do clube. E me lembro da primeira sessão de treinamento, onde percebi muitas coisas”, relembrou Alexis.
Ele falou que, ao chegar em casa depois de treinamento conversou com os familiares pedindo pra voltar pro Arsenal.
“Quando cheguei em casa do treinamento disse ao meu agente e minha família: ‘Posso cancelar esse contrato para voltar ao Arsenal?’. E eles riram e eu disse a eles que tinha algo que não estava certo no United”, contou.
Aquela vitória sobre o Manchester United:
Top 5 gols de Alexis Sánchez no Arsenal:
Grande performance e hat-trick vs West Ham:
Port publicado em dezembro 25, 2021
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