A atleta da seleção brasileira, Giovana Queiroz, de apenas 18 anos, publicou em sua conta oficial no Twitter uma carta aberta ao presidente do Barcelona, Joan Laporta.
A atacante, que pertence ao time catalão e está emprestada ao Levante, denunciou abusos psicológicos que sofreu quando estava no clube.
“Apesar de tudo que eu passei, hoje me sinto capaz de denunciar as condutas abusivas que sofri dentro do futebol feminino do Barcelona”, escreveu.
Dando continuidade no trecho, Gio explica seu período inicial no Barcelona e diz que o clube apontava a seleção brasileira como um empecilho para o seu crescimento na equipe.
“Cheguei ao clube em julho de 2020, com apenas 17 anos. Os primeiros meses foram importantes no processo de adaptação. Estava em uma boa dinâmica até que eu recebi a primeira convocação para a seleção brasileira. A partir desse momento comecei a receber um tratamento diferente dentro do clube. Primeiro recebi indicações de que jogar com a seleção brasileira não seria o melhor para o meu futuro dentro do clube. Apesar de ser desagradável, não dei muita importância e atenção ao assunto. Com o tempo, eles usaram outros mecanismos para me pressionar dentro e fora do clube. Me estavam encurralando para que eu renunciasse defender a seleção. Usaram métodos arbitrários com claro objetivo de prejudicar minha vida profissional”, pontua na carta.
Além disso, a atacante também denunciou situações injustas que passou no Barcelona. Uma delas, foi a quarentena no início de 2021 sem a necessidade de ser feita, já que o próprio Departamento de Saúde da Catalunha afirmou que ela não precisaria estar em isolamento. Mesmo seguindo a protocolo imposto, Gio foi acusada de grave indisciplina pelo Barça.
“Me acusaram injustamente de haver descumprido o confinamento, de ter viajado sem autorização do clube e consentimentos da capitã da equipe. Tentei mostrar que isso não era certo”, afirma.
A jogadora brasileira ainda disse ter participado de campanhas do Barcelona contra esse e outros tipos de violência, mas quando se tratava do seu bem estar, ela se sentia “desprotegida”.
“Participei das campanhas da Fundação Barça para a aprovação da lei de proteção de menores contra a violência e ao mesmo tempo, dentro do clube, estava totalmente desprotegida. A partir desse momento minha vida mudou para sempre. Estive complemente exposta a situações humilhantes e vergonhosas durante meses dentro do clube”, desabafa.
Direcionando a carta para o presidente do clube, Gio pede que providências sejam tomadas para que ela e outras mulheres não passem mais por isso.
“Espero que o Barcelona cumpra com seu papel institucional e atue de maneira consciente e transparente, investigando e denunciado os possíveis delitos às autoridades pertinentes. Também desejo que o clube, através de seu presidente, se comprometa a implementar medidas efetivas para combater o problema evidente e bem documentado do abuso moral, assédio moral e a violência psicológica contra as mulheres”, finaliza.
Port publicado em março 29, 2022
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