Mais uma vez o Arsenal é centro das atenções por questões de fora de campo. Agora, foi a vez de Aubameyang perder a faixa e título de capitão do clube.
Anúncio vem em momento inoportuno para os Gooners, que enfrentam o West Ham em briga pelo Top 4 da Premier League nesta quarta-feira (15) às 17h.
Na última semana, Aubameyang fez viagem para França,segundo The Athletic, para visitar a mãe e traze-la para Londres.
De acordo com o jornalista David Ornstein, ele havia combinado com o clube que voltaria para o país na quarta-feira (08), mas só chegou ao CT do Arsenal na quinta-feira (09).
Assim, o Gabonês ficou de fora da vitória do Arsenal sobre o Southampton por 3-0 no último sábado (11).
O jornalista do The Athletic ainda informou que Auba também teve problemas com protocolo de COVID-19 para voltar a Londres e, assim, não pode treinar com a equipe nem na quinta-feira (08) nem na sexta-feira (09), dias que antecediam jogo da Premier League.
Nessa terça-feira, o Arsenal lançou nota oficial no site do clube informando da decisão que ele não seria mais capitão do clube.
“Após sua última violação de conduta na semana anterior, Pierre-Emerick Aubameyang não será mais o capitão do clube e não será considerado para partida desta quarta-feira contra o West Ham. Esperamos de todos jogadores, especialmente nosso capitão, que trabalhem dentro das regras e padrões que todos nós definimos e concordamos”, escreveu o clube.
Conhecido por seus problemas no extracampo, não é a primeira vez que Aubameyang se desentendeu com o treinador. Na temporada 2020-21, ele ficou de fora de clássico contra o Tottenh*m depois de chegar atrasado no dia do jogo.
O atacante também tem histórico com seus treinadores anteriores. Com Tuchel, no Dortmund, ele também foi suspenso durante a temporada 2016-17.
Ainda assim, do lado de fora, como torcedores, você se pergunta se tudo isso precisava ser tornado público.
É algo que vai variar dependendo da opinião de cada um. Desde que assumiu o Arsenal em 2019, Arteta sempre fala sobre “confiar no processo” e “não negociáveis”.
A verdade é que, o Arsenal de Arsène Wenger, especialmente desde a chegada de Mesut Özil, virou a ‘casa da mãe Joana’, como diria ditado.
Claro que tudo não cai, nem deve cair nas costas de Özil. Mas, pelo fato de ele ser o ‘preferido’ do treinador não ajudava e o alemão deitava e rolava.
Por muito tempo, virou piada que o meia não viajava para partidas no norte da Inglaterra. Sempre havia alguma dor ou algum problema que o tirava de campo na Premier League.
Algo que, na minha visão, piorou desde a saída de Per Mertesacker e Mikel Arteta (Como jogadores) do clube. Com a saída dos dois, que foram duas peças fundamentais desde que chegaram aos Gooners, após derrota por 8-2 aplicada pelo Manchester United em 2011, o vestiário sofreu por ‘vácuo’ de líderes.
Os dois veteranos viraram centro da ‘reconstrução’ do Arsenal que passou a contratar jogadores como Santi Cazorla, Mesut Özil, Alexis Sánchez e por ai vai.
Desde que os Arteta e Mertesacker saíram, o Arsenal não teve líderes como eles dentro do vestiário.
Claro que podemos citar nomes como Petr Čech, David Luiz e Koscielny. Mas, talvez, uma das figuras que assumiu esse papel sozinho foi Nacho Monreal.
De toda forma, com saída de Wenger e chegada de Emery, esse ‘vácuo’ no elenco não foi devidamente preenchido por jogadores que se identificassem com o Arsenal, que representassem bem o clube.
Lembro bem de episódio em que, após derrota para o Manchester City por 6-3, Mesut se recusou a ir aplaudir os torcedores que viajaram e Per foi confrontar o compatriota, gritando com ele em campo.
Arteta, além de tudo, sempre foi tido como um líder dentro de campo e no vestiário. Muitas vezes o próprio Wenger admitiu que o espanhol que liderava conversas de vestiário antes e nos intervalos de partidas.
Após Arteta e Koscielny, entretanto, o capitão virou Granit Xhaka e todos sabemos como esse episódio terminou.
Assim, a questão Aubameyang, na minha visão, faz parte de um contexto maior. O fato de o clube citar em nota que ‘última quebra disciplinar’ diz muito mais que as pessoas estão lendo.
Para que o clube chegasse a este ponto, algo que não temos acesso deve ter acontecido. Ou, o acumulativo dos fatos entrou em consideração.
De toda forma, essa não pode – nem deve- ser uma decisão tomada de forma leve.
Então, para os fãs de Aubameyang ou ‘Arteta Haters’, creio que a leitura enviesada desse caso não seja a mais recomendada.
Você não tira a faixa de capitão de seu jogador mais reconhecido, principal atacante e que recebe o maior salário do clube a não ser que tenha uma boa razão. Não é possível.
De toda forma, é muito difícil ter um julgamento completo sem versões de ambos lados e com informações limitadas sobre os fatos.
Com saídas recentes de Willian, Özil, Guendouzi e outros, minha suspeita é que Arteta continue, de forma correta, erradicando jogadores que vem para o Arsenal para fazerem o que quiserem e isso, independentemente se Arteta seja ou não cara para o futuro do clube, é um legado positivo que ele vai deixar.
Você pode ser ‘Arteta In’ ou ‘Arteta out’, mas o fato é que se você tem um jogador, especialmente seu capitão, constantemente burlando regras, deve ser punido. Capitão, além de tudo, deve liderar por exemplo.
Ao que tudo indica, Arteta deve manter Lacazette e Xhaka devem continuar dentro do ‘grupo de capitães’.
Entendo que essa seja uma decisão difícil de se tomar no meio de temporada, após muita confusão envolvendo seu último capitão. Entendo a decisão de não mudar capitão no meio da temporada.
Assim, Lacazette e Xhaka devem continuar sendo capitães quando estiverem em campo.
Por outro lado, o Arsenal tem um ótimo grupo de jovens líderes dentro de campo. Começando por Kieran Tierney e passando por Martin Ødegaard, Aaron Ramsdale, Ben White e Gabriel Magalhães.
Não falta líderes dentro do grupo e, para mim, quem leva a faixa no braço não deixa de ser algo simbólico.
De toda forma, KT é quem está no clube há mais tempo dos citados e para temporada 2022-23 DEVE ser o próximo da lista.
Port publicado em dezembro 14, 2021
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