Entrevista: Raquel Santiago fala para o Guia do Boleiro

Raquel Santiago falou com exclusividade para o Guia do Boleiro, desde os tempos de "Sereias da Vila" até os dias de hoje.

Raquel Santiago falou com exclusividade para o Guia do Boleiro, e abriu o jogo sobre o início da carreira desde os tempos de “Sereias da Vila” até os dias de hoje.

publicidade

A lateral do Flamengo/Marinha Raquelzinha falou com exclusividade para o Guia do Boleiro. Comentou sobre sua carreira, sobre o cenário atual do futebol feminino e todos os avanços que as mulheres conseguiram até os dias de hoje. Além da sensação de defender as cores do Flamengo/Marinha.

Com 13 anos de carreira, Raquel Santiago tem uma carreira vitoriosa desde sua chegada ao Santos onde passou por uma peneira com mais de 1000 jogadoras.

publicidade

“[…] Era muita menina, acho que eram mais de 1000 meninas, a gente foi dessas três que ficou com ele ficou eu e a Janaina”, comentou Raquel sobre a peneira no Santos.

Raquelzinha também comentou sobre a sua primeira convocação para a seleção brasileira em 2014.

“É uma felicidade única, porque Seleção Brasileira é o que toda atleta almeja eu não sei nem descrever. Meu pai chorou muito, minha avó foi a alegria dela”, contou.

Raquel também falou sobre a conquista da Libertadores no feminino, Seleção Brasileira, como é o ambiente na concentração e dentro do universo feminino. Essa entrevista é um documento histórico de quem viveu diversas fases e épocas do Futebol Feminino. Portanto, confira como foi o papo com Raquelzinha.

Raquel Santiago para o Guia do Boleiro

Raquel Santiago com a camisa do Flamengo

Raquel Santiago com a camisa do Flamengo (Arquivo Pessoal)

Como foi o inicio da sua carreira?

Raquel Santiago: Eu iniciei no futsal lá em Fortaleza, sou natural de lá. Cearense de Fortaleza, e eu comecei lá no futsal. E o campo lá eu fiz no Messejana, fiz só alguns jogos alguns treinos, mais Estadual mesmo sabe? Aí o Técnico do time lá que é o Renezito, ele perguntou se eu não queria fazer uma peneira no Santos na época; Ele me ajudou, não só eu mais duas meninas de lá de fortaleza; E foi ele quem bancou tudo. Foi  ele que ajudou a gente, não tínhamos condições no inicio. E ele falou “Ó só tem um porém, vocês levem tudo porque se vocês passarem vocês já vão ficar direto”, e era muita menina, acho que eram mais de 1000 meninas. Mas realmente não tinha como a gente ir de Fortaleza pra São Paulo e depois voltar pra Fortaleza. Então a gente foi dessas três que ficou com ele. Era eu e a Janaina. Então meu primeiro clube oficial mesmo foi o Santos.

E como foi lidar com a distância?

RS: Eu fiquei muito feliz de sair do interior e já chegar num time de camisa, um time grande, mas o início do futebol todas as meninas, todo mundo teve um início que foi difícil. Você lida com as saudade da Família, eu só via minha família sempre no final do ano, passava o ano inteiro longe, e só ia nas férias; Isso é muito comum no Futebol feminino, você passa um ano fora de casa em alojamento. Mas você tá ali através do seu sonho, você tá indo correr atrás dele. E, graças a Deus, eu tive alguns objetivos, fui campeã, apareci e fui para outros clubes.

Como você vê as mudanças do futebol feminino de quando você começou para hoje em dia?

RC: Eu fico feliz com a valorização, hoje em dia tem mais visibilidade, naquela época a gente jogava lá em Santos, passava só o Campeonato Paulista, era muito difícil passar um jogo de Copa do Brasil ou Campeonato Brasileiro. Agora, tem a visibilidade, tem TV aberta, além de passar em sites, tanto série A quanto série B. Naquela época só tinha série A, hoje em dia tem série ambos e inclusive tem a possibilidade de ter uma série C.

Leia Mais: Relembre as estátuas de ídolos do futebol

Como foi essa época de Santos?

RS: Meu período no Santos foram 4 anos de alegria graças a Deus lá era uma família, não só lá como em todos os times que eu passei, a gente sempre se deu bem. E todas as jogadoras que fizeram parte do elenco, o respeito o carinho, dentro de campo e fora também, isso eu achava bonito e dava mais vontade de jogar. Só tenho lembranças boas.

Fala um pouco dos títulos dessa época de Santos?

RS: Com o Santos naquela época das “Sereias da Vilas”, naquele tempo era o auge com Cristiane, Marta… Então era um time que era bem badalado, com a maioria Seleção Brasileira, ali a gente ganhou Libertadores, Copa do Brasil, Ganhamos Campeonato Paulista.

Como foi ganhar a Libertadores?

RS: Libertadores, nossa! Naquela época não era tão competitiva como hoje naquela época bem menos, hoje é bem mais difícil bem mais competitiva. Mas é uma sensação única. Todo o campeonato é uma sensação única, é o seu trabalho sendo reconhecido, quando você é campeão você demonstrou ali, o seu sucesso, você trabalhou para o seu objetivo, que é ser campeã.

Leia Mais: 3 jogos de seleções para assistir na Data FIFA

Quando foi sua primeira convocação para Seleção Brasileira?

RS: Minha primeira convocação para a Seleção brasileira foi em 2014, foi quando eu tava no Vitória de Santo Antão no Recife, eu nem acreditei, fiquei muito feliz na hora. Minha família também, porque minha família sempre teve ali do meu lado me apoiando. É uma felicidade única, porque Seleção Brasileira é o que toda atleta almeja eu não sei nem descrever. Meu pai chorou muito, minha avó foi a alegria dela.

Como era ambiente da concentração da Seleção Brasileira?

RS: É sempre o melhor da seleção eu não tenho o que falar de nenhuma, era resenha e sempre uma respeitando a outra. E na convocação que eu fui eu já tinha jogado com quase todas as meninas, já conhecia, porque na época que eu jogava no Santos a maioria já era de Seleção Brasileira. Naquela época era Marta, Cristiane, Aline Pelegrino, Ester, Formiga, com quem eu trabalhei no São José. Então eu já tinha trabalhado com a maioria em outros clubes. Então ali a maioria faz você se sentir em casa, não tinha o que falar.

Como foi sua ida para o Flamengo?

RS: Eu cheguei aqui em 2017, cheguei na empolgação total, porque quando fui falar pra minha família a maioria deles é Flamenguista, alegria foi dobrada. Minha avó era Flamenguista doente, todos os jogos que passava ela ligava a TV cedo, quando passava no site minha tia colocava pra ela assistir. Meu Pai também até hoje vê todos os jogos do masculino e feminino. É gratificante pra mim, eu não tenho explicação. É uma alegria imensa representar o Flamengo e a Marinha que tem essa parceria com o clube.

João Gabriel
Escrito por

João Gabriel

Formado em Letras: Português e Inglês, é um amante do futebol de todos os cantos do globo e vem se dedicando a expor sua paixão pelo futebol como redator especialista do Guia do Boleiro.